Impacto da vacinação contra o Haemophilus influenzae b na redução de meningites, Goiás / Impact of Haemophilus influenzae b (Hib) vaccination on meningitis in Central Brazil

OBJETIVO: Avaliar o impacto da vacinação contra o Haemophilus influenzae b na incidência de meningites em crianças menores de cinco anos de idade. MÉTODOS: Utilizou-se o delineamento tipo "antes-depois" para comparar as taxas de incidência de meningites por Haemophilus influenzae b nos períodos pré-vacinação (julho/95-junho/99) e pós-vacinação (julho/99-junho/2001) no Estado de Goiás. A definição de caso de meningite bacteriana seguiu os critérios da Organização Mundial de Saúde. As taxas de meningite por Streptococcus pneumoniae e Neisseria. meningitidis foram utilizadas para efeito de comparação. Para análise estatística foram utilizados o teste de chi2 e o t de Student. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significantes. RESULTADOS: Foi detectada meningite bacteriana aguda em 979 crianças no período de estudo. A incidência de meningite por Haemophilus influenzae b diminuiu de 10,8x10(5) no período pré-vacinal para 2,3x10(5) no segundo ano pós-vacina, significando 78 por cento de redução no risco, principalmente na faixa etária de 7-23 meses (p<0,05). Foram prevenidos 65 casos de meningite por Haemophilus influenzae b. Observou-se aumento na incidência de meningite por S. pneumoniae. Foi observada falha vacinal em um caso. CONCLUSÕES: Expressivo declínio da incidência de meningite por Haemophilus influenzae b foi detectado, precocemente, logo após o primeiro ano de introdução da vacina contra o Haemophilus influenzae b. Assim, se faz necessária a vigilância contínua com instrumental de alta acurácia para: (i) detectar re-emergência do Haemophilus influenzae b; (ii) avaliar possibilidade de falha vacinal; (iii) identificar mudanças no padrão dos sorotipos do H. influenzae.

Análise da produçäo científica brasileira em doenças endêmicas / Analisys of cientific production Brasilien in endemic disease 1974-1983

A análise das publicaçös científicas é forma de se aferir a produtividade de uma determinada área e ao mesmo tempo conhecer as tendências temáticas, detectando lacunas na investigaçåo científica. É também um importante instrumento na definiçåo de prioridades para orientar o planejamento das politícas de Ciência e Tecnologia. Como tentativa de avaliar este aspecto na produçåo científica brasileira em relaçåo às quatro principais endemias (D. Chagas, Essquistossomose, Malária e Leishmaniose), procedeu-se ao levantamento das publicaçöes referenciadas no período 1974-1983, através do Tropical Disease Bulletin. De um total de 6.956 artigos catalogados nas quatro patologias, 645 (9,3 pôr cento) foram de origem brasileira, sendo que esse percentual atinge em média 15,7 pôr cento em relaçåo a D. Chagas e 10,6 pôr cento para Esquistossomose. A análise histórica do período mostra flutuaçöes desta participaçåo com uma tendência à diminuiçåo especialmente em 1983. Para conhecer a evoluçåo temática, os artigos foram classificados em cinco grandes grupos: Biologia Básica, Clínica, Epidemiologia, Imunologia e Terapêutica. Verificou-se aque a área de Biologia abarcou de forma consistente cerca de 1/3 da produçåo em todo o período. Os trabalhos em Clínica e Terapêutica apresentaram uma tendência à diminuiçåo e parecem responder aos lançamentos da indústria farmacêutica. As áreas de Imunologia e Biologia apresentam nítido crescimento na década especialmente na D. Chagas. Finalmente a análise dos título dos periódicos revela: os 645 artigos eståo distribuídos em 90 revistas (68,7 pôr cento em revistas nacionais e 31,3 pôr cento em revistas estrangeiras): - observa-se um crescimento absoluto e relativo das publicaçöes. Discute-se a validade de estudos desta natureza como elemento de definiçåo da política de investigaçåo científica